Spotify remove milhares de músicas feitas por inteligência artificial
A exclusão de dezenas de milhares de músicas feitas por IA visa acabar com o problema do “streaming artificial” na plataforma; entenda a situaçãoBy - Cesar Schaeffer, 9 maio 2023 às 15:08
Em uma força-tarefa para intensificar o policiamento da plataforma em meio a inúmeras reclamações de fraude, o Spotify removeu dezenas de milhares de músicas da startup de inteligência artificial Boomy.
Esta não é a primeira – e certamente não será a última – polêmica envolvendo inteligência artificial e propriedade intelectual. Nos últimos meses, a indústria fonográfica tem visto uma avalanche de músicas geradas por IA que, cada dia mais, invadem as diferentes plataformas de streaming.
E isso não é tudo. Essas dezenas de milhares de faixas representam apenas cerca de 7% das músicas carregadas pela startup na plataforma de streaming. O alerta veio da Universal Music, que avisou os principais serviços de streaming sobre as faixas da Boomy, que foram removidas por suspeita de “streaming artificial”- ou seja, bots online que se passam por ouvintes humanos para inflar o número de audiência de determinadas músicas.
Streaming artificial no Spotify
Lançada há dois anos, a Boomy é uma plataforma que permite que os usuários escolham entre vários estilos ou ritmos, como “batidas de rap” ou “noites chuvosas”, para criar músicas usando inteligência artificial.
Os usuários criadores dessas faixas podem compartilhar a música nos serviços de streaming e geralmente recebem royalties por elas cada vez que alguém as escuta. A Boomy, com sede na Califórnia, diz que seus usuários criaram mais de 14 milhões de músicas.
O Spotify confirmou a remoção do conteúdo da Boomy e disse que o “streaming artificial” é um problema de longa data no setor, mas a empresa não mede esforços para combatê-lo na plataforma.
Em sua defesa, a Boomy disse que é “categoricamente contra qualquer tipo de manipulação ou streaming artificial” e que trabalha com parceiros do setor para resolver o problema.
Fonte: Financial Times
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