[Review] The Mageseeker prova que League of Legends ainda tem muito a ser aproveitado
Baseado na história de Sylas, The Mageseeker: A League of Legends Story entrega um RPG com ótimos gráficos e batalhas frenéticasBy - Igor Shimabukuro, 5 maio 2023 às 16:54
Os amantes de LoL acabam de ganhar uma aventura novinha em folha. Não, não se trata de um novo patch ou do modo 2v2v2v2 programado para um futuro próximo. Mas sim do recém-lançado The Mageseeker: A League of Legends Story, o novo game inspirado no popular MOBA da Riot Games.
Vale destacar que títulos derivados do lolzinho não são efetivamente uma novidade. Anteriormente, a comunidade pôde apreciar jogos como Ruined King e Hextech Mayhem, que direcionaram holofotes para personagens como Braum, Yasuo, Miss Fortune, Pyke, Ahri e Ziggs.
Mas em The Mageseeker, os jogadores terão a chance de conhecer um pouco mais da história de Sylas, um dos 163 personagens de League of Legends que protagoniza uma aventura RPG hi-bit produzida pela Digital Sun — a mesma dev por trás de Moonlighter.
E como a combinação RPG + League of Legends soa atrativa para qualquer gamer de plantão, o blog KaBuM! decidiu se aventurar na trama do mago acorrentado para averiguar um pouco mais da nova IP da Riot. E o parecer disso pode ser conferido logo abaixo.
Entre correntes e liberdade
Não é novidade alguma que The Mageseeker se aprofundará na lore de Sylas de Dregbourne. E quem é fã de League of Legends talvez conheça minimamente a história do personagem. Felizmente, não é preciso ser um perito no MOBA, já que o game trata de explicar tudo.
Criado em um dos bairros mais pobres de Demacia, Sylas é um poderoso mago de nascença que possui um curioso dom de roubar a magia de outras pessoas. O único ponto é que magia não era muito bem vista na região e, após um fatídico acidente, ele foi condenado a prisão perpétua por ser considerado uma grande ameaça para a nação.
Ele então foi jogado nas profundezas mais escuras das instalações dos caçadores de magos, onde ficou aprisionado por longos 15 anos. Tudo parecia perdido, até que um dia Sylas resolveu trair a sua única amiga, Lux, para finalmente se livrar do cárcere.
A partir daí, é de se imaginar o restante do enredo. E quem pensou em vingança, acertou. Isso porque após fugir de sua jaula, o mago decidiu punir todos aqueles que o aprisionaram e que continuavam a perseguir cidadãos que dominavam magias.
E para lidar com os caçadores de magos e com a tirania que imperava em Demacia, Sylas decidiu liderar uma rebelião e recrutou qualquer um que estivesse disposto a lutar contra o Reino. O resto da história… bem, será preciso jogar The Mageseeker para descobrir.
Pixel art que dá gosto de jogar
Antes de partirmos para a gameplay, vale destacar os recursos gráficos e sonoros do jogo. E começando pelo visual, vale destacar: é um dos pontos fortes do game. Especialmente se o jogador for fã de gêneros como RPG, hack and slash, roguelite e derivados.
Por mais que não tenha gráficos tão elaborados quanto os de Ruined King ou da série Arcane, The Mageseeker apresenta uma ótima experiência com gráficos pixel art. Aliás, vale destacar que o game é bem parecido (em termos visuais) com o Moonlighter, também produzido pela desenvolvedora Digital Sun.
O “casamento” de gráficos 2D hi-bit com RPG costuma ser aclamado pela comunidade gamer. E é algo que combina com a história abordada no jogo: um acontecimento muito antes de League of Legends, que até então só era conhecido por alguns textos e imagens das páginas de lore.
Felizmente, os recursos sonoros não ficam para trás. As trilhas conseguem ditar o ritmo do jogo, seja em momentos mais calmos ou em batalhas mais frenéticas. Além disso, é extremamente marcante ouvir os sons da corrente de Sylas durante golpes ou movimentações.
Um ponto negativo, no entanto, é a ausência de vozes nos diálogos do jogo. Por mais que a tradução PT-BR ajude o player a entender melhor toda a narrativa, as conversas — que são muitas, acredite — durante a jornada limitam-se a meras caixas de texto na tela.
Ao menos, as cutscenes trazem dublagens em português de ótima qualidade. Inclusive, quem é fã de League of Legends vai se familiarizar com muitas das vozes.
“Hora de esmagar a burguesia”
Falando sobre a jogatina, The Mageseeker consegue entregar uma bela representação de Sylas. Isso porque praticamente todas suas habilidades vistas no LoLzinho também figuram no RPG — como habilidades ou mecânicas.
O Q característico do campeão pode ser reproduzido por meio de combos de ataque corpo a corpo. Assim como o dash de seu E (primordial para desviar de ataques) e o gap closer da habilidade, usado para aproximar-se de inimigos ou mesmo para escalar territórios.
A cereja do bolo fica por conta da ultimate: em Mageseeker, é possível roubar a magia de inimigos e usá-las contra eles — igualzinho em League of Legends. E já fica a dica: existem inimigos que só vão sofrer danos consideráveis com ataques oriundos de suas próprias magias.
Por falar em inimigos, as batalhas geralmente serão contra criaturas misteriosas ou contra caçadores de mago (que usam magia). De fato, os oponentes parecem ligeiramente superficiais e não será incomum enjoar de batalhar toda hora contra determinada “coisa”.
A boa notícia, contudo, é que esse problema é suprido nas batalhas de chefes. E um spoiler? Algumas figuras caricatas de League of Legends vão aparecer ao longo da jogatina. Em outros casos, criaturas desconhecidas (e gigantes) vão testar as habilidades dos jogadores.
Mas o ponto é que, como a maioria dos jogos, cada chefe possui suas particularidades. Ou seja: cabe ao jogador entender as fraquezas e decidir qual será a melhor estratégia para aquela determinada situação. Mas vale destacar novamente: as lutas contra bosses são shows à parte.
E como um bom RPG, The Mageseeker também traz sistemas de progressão — é claro. É possível usar o ouro coletado durante as missões para comprar novos feitiços, por exemplo. Também pode-se aprimorar as correntes para liberar mais habilidades e aumentar os atributos de Sylas.
Ainda no quesito progressão, não se pode deixar de mencionar sobre os rebeldes recrutados. Lembra que Sylas estava em busca de novos combatentes para a rebelião contra Demacia? Pois cada um deles possui habilidades diferentes. E antes de ingressar nas missões é possível escolher entre alguns dos aliados que vão “emprestar” suas magias para Sylas.
De modo geral, a jogatina será baseada em loots, batalhas (muitas batalhas), algumas missões secundárias e diálogos. Felizmente, a combinação disso torna The Mageseeker uma ótima experiência com uma narrativa que prende a atenção do jogador.
Mas afinal, vale ou não a pena jogar The Mageseeker?
A resposta é simples: vale! Tanto para os amantes de League of Legends quanto para os gamers de plantão que nunca jogaram o MOBA da Riot Games.
Isso porque The Mageseeker: A League of Legends Story serve como um complemento para os fissurados em lores do lolzinho ou como uma ótima experiência (de cerca de 10 horas) para quem não dispensa um bom título de RPG de ação.
Com ótimos gráficos, recursos sonoros e diferentes mecanismos de combate, o game acerta em trazer uma história profunda e combates frenéticos. Além disso, o sistema de progressão habilita novos recursos e ajuda a tornar a jogatina menos maçante.
E o título (disponível para PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S e Nintendo Switch) prova que a Riot Games ainda tem muito a beber da fonte de League of Legends. Afinal, são 163 personagens ao todo — e até agora.
E se os possíveis spin-offs lançados seguirem a mesma tônica de The Mageseeker, mas com foco em outros personagens, a desenvolvedora terá ainda mais sucesso em expandir a sua principal propriedade intelectual.
*O game foi analisado por meio de uma cópia para PC (Steam) fornecida pela Riot Games.
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