[Review] The Last of Us Part I é um grande jogo, mas port é problemático
The Last of Us Part I tem momentos emocionantes e melhora alguns detalhes do jogo original, mas port para PC tem sérios problemas de performanceBy - Alvaro Scola, 14 abril 2023 às 17:37
The Last of Us começou a sua história em 2013 ainda no PlayStation 3. Já após ter ganho um remaster, uma continuação e um remake, este último deixou de ser um exclusivo do console da Sony e ganhou um port para PCs.
O blog KaBuM!, recebeu uma cópia de The Last of Us Part I para PCs e conta a seguir o que achou do jogo e do port. Confira!
The Last of Us Part I conta história emocionante
O The Last of Us Part I começa mostrando o drama de Joel, um homem que perde sua filha quando um vírus toma conta de sua cidade. Após alguns acontecimentos, Joel e Tess, sua parceira, acabam contratados para levar Ellie, uma garota de 14 anos, para fora da zona de quarentena.
O motivo da tarefa ser importante fica no fato de Ellie ser imune à nova doença, entretanto, o serviço não sai como esperado. Assim, a história do jogo tem diversos momentos dramáticos e o foco da relação entre os personagens acaba sendo muito bem explorado.
Apesar do grande foco ficar mesmo entre Joel e Ellie, os personagens secundários que aparecem também possuem uma boa dose de personalidade e não são genéricos. O remake, vale notar, não chega a alterar a história, mas conta com algumas melhorias que deixam a trama melhor contada.
Já os cenários em que The Last of Us Part I se passa são bonitos e, apesar de perdemos bastante tempo explorando casas, cada uma delas possui um design diferente. Não apenas isso, os cenários até que possuem uma boa variação, mas certos puzzles são repetitivos.
Remake não conserta alguns problemas de jogabilidade
Mesmo trazendo inúmeras melhorias, The Last of Us Part I ainda traz uma jogabilidade um tanto quanto diferente de certos títulos atuais. Por exemplo, a movimentação dos personagens ocorre de forma bem fluida, mas às vezes a câmera não chega a ajudar e um sistema de cover (cobertura) mais bem implementado faz falta.
Por sua vez, o combate está um pouco melhor no remake, mas ainda está longe de ser perfeito. As armas corpo a corpo contam com animações feitas, ou seja, não é como se você realmente estivesse no controle e alguns ataques furtivos apresentam falhas. Já com as armas de fogo nem sempre é fácil atirar, mas isso também é um pouco intencional.
A parte de evolução do personagem e de criação de itens continua praticamente a mesma, sendo que o loot, assim como no jogo original, é um tanto mais limitado. Em relação ao loot, inclusive, é que tenho uma das minhas principais críticas.
A quantidade de munição obtida em The Last of Us Part I é limitada e, assim como em outros jogos, os inimigos estão armados e deixam cair munição quando são abatidos. Entretanto, em inúmeras vezes, inimigos são derrotados, podemos ver a sua arma no chão e não podemos pegar munição, mesmo que tenhamos espaço de sobra para isso.
Já o sistema de upgrade das armas acaba sendo bem interessante, sendo que o mesmo é feito sempre em uma bancada. Inclusive, fazer o upgrade das armas é essencial para melhorar a jogabilidade, mas que ainda poderia receber mais ajustes.
No PC, vale notar, a experiência de usar o teclado e mouse foi bem adaptada, mesmo que tais características estejam presentes. Apesar da boa adaptação, ao menos na versão do The Last of Us Part I em que tive acesso aos testes, alguns bugs causavam pequenos movimentos indesejados, mas que parecem ter sido corrigidos com uma atualização, que não tive a chance de testar.
Outro ponto interessante a ser notado no port é que o DualSense, controle do PlayStation 5 é suportado. Então, sim, temos tanto feedback háptico quanto gatilhos adaptativos no PC.
Port problemático traz uma performance ruim
Ao abrir o The Last of Us Part I, assim como outros jogos recentes, um processo de compilação de shaders é iniciado. Neste momento, mesmo equipado com um water-cooler, a minha CPU e GPU ficaram com o uso em 100% e temperaturas altas foram atingidas. Para essa questão, vale lembrar que temperaturas altas, apesar de não agradáveis, são normais durante um processo de compilação de shaders.
Em uma primeira impressão, apenas ao acessar o menu do The Last of Us Part I, vemos um bom indício de que o port traz inúmeras opções de configuração. Mesmo com essa configuração que dá conta de qualquer título atual, diversos problemas de desempenho e travamento foram encontrados.
Antes de entrar nos detalhes de desempenho, vale citar que o jogo foi testado em um PC com i5-9600K, 16 GB de memória RAM e placa de vídeo Nvidia GeForce RTX 3070 (8 GB de Vram).
Para começar com meus testes, assim como fiz com Uncharted: Coleção Legado dos Ladrões, rodei o jogo em 4K (apesar da minha placa não ser ideal para esta resolução) com o DLSS ligado. Para rodar nesse modo, claro, deixei algumas opções no baixo, médio e, mesmo assim, a taxa de frames máxima chegava a 52-58 FPS enquanto as quedas, bem frequentes, chegavam até 16 FPS. Um outro detalhe é que, nem mesmo para ver a qualidade gráfica, o jogo não conseguia iniciar sem o DLSS nesta configuração.
Então, assim como faço com a maioria dos jogos atuais, coloquei The Last of Us Part I na resolução 1440p. Enquanto a taxa média de quadros subiu para 58 FPS, em muitos cenários a taxa de quadros caia para 43 FPS e a experiência não era nada fluída com stutterings. Outro problema que não mencionei acima continuou a me atormentar que é o fato de o jogo basicamente, em determinadas áreas, travar a cada 8 minutos ou menos.
Honestamente, esses travamentos me pareceram bem aleatórios, mas não chegam a ser uma surpresa tendo em vista que, na maior parte do tempo, o jogo usa mais de 8 GB de Vram e 15 GB de memória.
Assim, para poder prosseguir com uma performance pelo menos aceitável, eu tive que deixar o jogo em Full HD para prosseguir, mas os travamentos ainda continuavam a surgir.
Mais grave ainda, em outro momento da história em que somos atacados ao chegar em uma cidade, eu tive que abrir mão do loot do cenário para poder prosseguir sem que o jogo travasse. Aqui, ainda cheguei a ativar o DLSS pra ver se algo alterava, mas como esperado, a performance foi igual.
Enquanto algumas capturas de tela aqui podem não demonstrar a qualidade que vi pessoalmente, o The Last of Us Part I não ficou muito bonito como no próprio PlayStation 5. Para poder rodá-lo, eu tive que deixar as texturas com a qualidade média e outros efeitos no Alto ou Ultra, sempre diminuindo o que o jogo indicava um maior uso de Vram.
O resultado, mesmo em um PC com capacidade para rodar jogos no mesmo nível do PlayStation 5, não foi satisfatório, uma vez que temos jogos mais bonitos no PC que exigem muito menos de configuração e recursos.
Conclusão
O The Last of Us Part I segue sendo um grande jogo em que o maior foco acaba sendo a sua história, que possui um grande apelo emocional. O remake melhora diversas questões e até acrescenta boas novidades, mas alguns problemas ainda deixam o jogo um tanto datado e poderiam ter sido revistas.
Já especificamente o port, este sim é o grande problema. Como informado acima, diversos jogos que são mais refinados exigem menos configurações e o fato de o jogo travar inúmeras vezes estraga a experiência.
Pode até ser que o título rode, de fato, melhor em configurações com ainda mais memória e placas de vídeo da última geração, mas isso não justifica a quantidade de problemas vistos. No máximo, o jogo realmente é lindo, mas o port tem mesmo sérios problemas de performance e, pelo que apresenta, poderia rodar melhor em configurações mais comuns ou modestas.
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