Inteligência artificial generativa vai afetar 300 milhões de empregos, diz Goldman Sachs
Ainda que a inteligência artificial generativa possa aumentar o PIB global em 7%, tecnologia pode criar “perturbações significativas” no mercado de trabalho mundialBy - Cesar Schaeffer, 28 março 2023 às 17:26
O risco – e o medo – são iminentes. Por aqui, um relatório recente de uma empresa de pesquisa mostrou que 78% dos brasileiros acreditam que as máquinas e a inteligência artificial vão substituir os humanos em postos de trabalho. Agora, uma pesquisa do Goldman Sachs aponta que os avanços da IA generativa, como o ChatGPT e outras soluções do mesmo gênero, irão afetar cerca 300 milhões de empregos nas grandes economias mundiais.
Segundo relatório do banco de investimento divulgado nesta segunda-feira (27), a capacidade de criar conteúdo no mesmo nível da produção humana das novas inteligências artificiais podem desencadear um aumento de produtividade mundial que chegaria a aumentar o PIB global anual em 7% em um período de 10 anos.
Por outro lado, o avanço dessa tecnologia também traria “perturbações significativas” ao mercado de trabalho em todo o mundo. De acordo com Joseph Briggs e Devesh Kodnani, os autores do estudo, advogados e funcionários administrativos são os que mais correm risco de verem muitas de suas funções serem assumidas pela IA generativa.
Em outros números, o relatório do Goldman Sachs calcula que cerca de dois terços (66%) dos empregos nos Estados Unidos e na Europa estão sujeitos a algum grau de automação por inteligência artificial.
Na semana passada, um artigo divulgado pela OpenAI, a empresa criadora do ChatGPT, afirma que 80% da força de trabalho dos EUA poderia ver pelo menos 10% de suas tarefas executadas por IA generativa.
As tarefas de uma inteligência artificial no trabalho
Nos dois levantamentos, presume-se que a tecnologia generativa seria capaz, por exemplo, de realizar tarefas como preencher declarações fiscais, avaliar uma reivindicação de seguro ou ainda documentar os resultados de uma investigação.
Por outro lado, ainda não se imagina que uma IA seja capaz de assumir tarefas mais delicadas, como tomar uma decisão judicial, analisar as condições de um paciente internado em uma UTI ou estudar leis tributárias internacionais.
De qualquer forma, o futuro ainda é incerto. Mas o que se pode afirmar é que este momento da inteligência artificial ainda vai mudar muita coisa no mundo como conhecemos hoje – para o bem e para o nem tão legal.
Fonte: Financial Times
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