[Review] Like a Dragon: Ishin! traz história fantástica, mas tem jogabilidade burocrática
O Like a Dragon Ishin traz uma história rica em detalhes e muitas atividades para serem realizadas, mas jogabilidade decepciona em alguns pontos. Confira nosso review!By - Alvaro Scola, 3 março 2023 às 17:16
Like a Dragon: Ishin! foi lançado originalmente em 2014 como um spin-off da franquia Yakuza e logo chamou a atenção por conta de abordar samurais. Já neste ano, o jogo finalmente saiu do Japão e foi localizado para o Ocidente com um remake.
O blog KaBuM! recebeu uma cópia de Like a Dragon: Ishin! para PCs e conta a seguir o que achou neste review. Confira!
Like a Dragon: Ishin! tem histórica rica em detalhes
A história Like a Dragon: Ishin! se passa na década de 1860 no Japão, sendo que o seu foco está entre samurais que tem ambição por poder e entre samurais que querem tempos mais tranquilos. Além disso, a história mostra o Ocidente como uma espécie de vilão que trouxe conflito ao povo japonês.
O personagem principal do jogo é Ryoma, um samurai que vê o homem que o criou sendo assassinado de forma brutal por um samurai mascarado com um estilo de luta peculiar chamado de Tennen Rishin. Após o acontecimento, devido a chegada repentina das autoridades, Ryoma se vê obrigado a fugir e viver praticamente como um renegado.
Após isto, é claro, tendo o estilo de luta do inimigo como sua única pista, Ryoma parte em busca de saber quem é este homem para obter sua vingança.
Assim como os outros jogos da franquia Yakuza, Like a Dragon: Ishin! não inova tanto em sua história e traz a vingança como a principal motivação para os jogadores. Honestamente, eu não acho isso ruim e até acharia estranho caso uma abordagem muito diferente surgisse.
A história de Like a Dragon: Ishin! é contada na maior parte do tempo com diálogos muitos longos e que não tem muita interação com o jogador, ou seja, não temos muitas opções de escolhas ao longo do caminho. Além disso, o título apresenta muitos personagens, sendo que alguns que eram para ser grandes não me marcaram, devido a sua aparição por pouco tempo.
A história, além de ser bem elaborada, também é bem desenvolvida e não demorou muito para me empolgar. Devido ao grande número de detalhes abordados, o jogo traz até um glossário para que nós não fiquemos perdidos por esquecer o que um termo significava.
A minha maior crítica fica por conta do jogo não ter uma tradução para o português, que aliada a diálogos longos, faz com que a gente canse de ler tanto. Não apenas isso, os diálogos têm uma velocidade fixa, que não é das maiores, ou seja, nem adianta querer pular algo caso já esteja cansado.
O tempo da campanha, para o meu gosto, está na medida certa. Sem fazer muitos eventos paralelos, dos quais falaremos a seguir, a campanha dura entre 25 e 30 horas.
Eventos paralelos são legais, mas há um excesso
Novamente, assim como na série Yakuza, Like a Dragon: Ishin! traz uma grande variedade de eventos paralelos que podem ser feitos. Ao andar pelos cantos de Kyo, não é incomum encontrar um grupo dançando ou mexendo com alguém esperando para que uma interação comece.
Esses eventos paralelos, absurdos na maioria das vezes, é algo que sempre marcou a franquia Yakuza, mas que ocorrem com uma frequência exagerada em Like a Dragon: Ishin!. Eu até entendo que isso adiciona bastante ao jogo, mas mesmo sem querer interagir, algumas vezes fui obrigado a pelo menos escutar o que estava acontecendo sem poder andar ou mexer com Ryoma.
Outro ponto que vejo como um problema é que, ao menos os eventos vistos na cidade, na maioria das vezes não são recompensadores. É claro que temos as histórias engraçadas e com um toque único visto na série Yakuza, mas me refiro a não ter muitas recompensas no sentido de itens ou algo que façam o personagem ficar mais forte.
Além desses eventos paralelos, Like a Dragon: Ishin! também tem estabelecimentos em que o jogador pode se divertir com outras atividades. Por exemplo, temos acesso a um cassino onde podemos jogar poker e outros jogos, além de um estabelecimento para apostar em corrida de galos (nada de rinha de galo).
O jogo possui até mesmo um sistema em você pode ter uma casa e, na mesma, uma plantação de verduras e legumes. Isso, é claro, ajuda bastante a trazer mais diversidade para quem realmente está afim daquele extra.
A jogabilidade até tem seus altos, mas a câmera…
Like a Dragon: Ishin!, como dito no começo, é um remake de um jogo que teve até uma versão para PlayStation 3. Isso por si só, claro, não é algo ruim, mas existem alguns elementos que não podem passar batidos.
Para começar, os gráficos de Like a Dragon: Ishin! podem não ser iguais aos de jogos da nova geração, mas os cenários são bonitos e repletos de detalhes. Outro ponto que ajuda é que o número de modelos de NPCs é bem diversificado, apesar de repetições serem inevitáveis.
Já no que diz respeito à jogabilidade, a história é um pouco diferente. A movimentação de Ryoma é bem, digamos, “reta”, ou seja, parece que você sempre está andando um pouco travado. Além disso, esteja preparado para ver NPCs surgindo ou sumindo do nada em seu caminho, sendo que a câmera aqui até que não é tão problemática.
Agora, o combate é bom, aqui temos pontos tanto positivos quanto negativos. O Ryoma pode alternar entre quatro estilos diferentes de combate, sendo que isso traz uma boa diversidade na hora de sair lutando. Além disso, o sistema de evolução de cada estilo é feito em um tipo de tabuleiro, que é preenchido com orbs adquiridos automaticamente durante as lutas.
Enquanto sair dando golpes é bem divertido em Like a Dragon: Ishin!, a câmera na hora do combate é um de seus maiores contras. Por inúmeras vezes me encontrei em situações em que não conseguia saber onde estava meu inimigo, sendo que senti este problema agravado em lutas contras chefes.
E, mesmo o combate tendo essa dinâmica, é preciso frisar que o mesmo não tem uma movimentação tão livre. Assim, na prática, a jogabilidade pode parecer um pouco datada, mas isso não chegou a me incomodar.
Aliás, por falar em lutas contra chefes, prepare-se para ter um pouco de paciência. Depois de pegar o jeito de um chefe, a mecânica é bem parecida com os outros. Entretanto, alguns destes chefes possuem golpes que muitas vezes não dão tempo de reação.
Assim como outros jogos da série Yakuza, Like a Dragon: Ishin! pode não ser considerado um jogo fácil. De todo jeito, os checkpoints do jogo são apenas justos e, no máximo, você pode precisar refazer uma pequena parte. Inclusive, a dica fica para sempre estar com um estoque alto de comidas para recuperar a vida nos combates.
Like a Dragon: Ishin! vale a pena?
O Like a Dragon: Ishin! é um jogo que tem uma história muito bem formulada e que faz o jogador ficar preso até o fim. Inclusive, as reviravoltas vistas na trama são quase que inesperadas, o que deixa tudo ainda mais tenso.
Apesar da boa trama e de ser um jogo bem divertido com muitas atividades para serem realizadas, a jogabilidade podia ter recebido um upgrade. Não somente isso, principalmente a câmera precisava de uma revisão nos combates já que ela deixa o jogador em situações frustrantes.
Por fim, uma tradução para o português também fez falta ao jogo, mas mesmo com todos esses contras, Like a Dragon: Ishin! é um prato cheio para quem curte jogos de ação com uma temática mais japonesa ou oriental.
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