Guerras são sinônimos de batalhas. Batalhas remetem a estratégias. E a junção de tudo isso talvez seja um bom resumo de Company of Heroes 3, a última entrada da icônica franquia de estratégia em tempo real (RTS, na sigla em inglês) desenvolvida pela Relic Entertainment e distrubída pela SEGA.

Lançado no fim do mês passado, o game coloca o jogador em aventuras bélicas reais que marcaram a história mundial da nossa sociedade. E como é de se imaginar, os players podem esperar por batalhas insanas protagonizadas infantaria, tanques de guerra, aviões militares e outras tropas.

Com campanhas single-player e batalhas PvP, Company of Heroes 3 tem a árdua missão de manter viva a franquia de 17 anos, mas sem deixar suas raízes de lado. E para isso, foram mantidas as batalhas estratégicas de sempre, mas com incorporações de novos modos para apimentar a jornada.

E foi nesse clima tenso ambientado na década de 40 que o blog KaBuM! resolveu se meter — mas com mouse e teclado ao invés de granadas e rifles. Felizmente, nenhum dos redatores saiu ferido e o compilado foi estrategicamente organizado nos campos abaixo.

Dois lados e duas campanhas na Segunda Guerra Mundial

Quem conhece Company of Heroes sabe que a franquia gira em torno de acontecimentos históricos da Segunda Guerra Mundial. E nesta terceira edição não é diferente: o único ponto é que, ao invés de focar em batalhas mundialmente conhecidas, o game aborda conflitos menos populares — mas bastante relevantes, historicamente falando.

Dito isso, a primeira campanha single-player é voltada para a reconquista da Itália pelas forças dos Aliados (cujas principais frentes eram Estados Unidos, França, Inglaterra e União Soviética), com foco específico na histórica tomada da Sicília rumo à Roma.

Aqui, o jogador assumirá o comando de tropas anglo-americanas que, ao lado de tropas italianas, buscam a libertação da Itália do fascismo de Benito Mussolini. Um ponto curioso é que a campanha também aborda conflitos estratégicos de comandantes americanos e britânicos na busca pelo melhor plano.

Company of Heroes 3

Imagem: divulgação/Relic Entertainment

Já a outra campanha de Company of Heroes 3 volta os holofotes às batalhas concentradas no Norte da África. Sem contar a questão geográfica, a grande diferença é que a história é vista sob a ótica do Eixo (Alemanha, Itália e Japão), com destaque para a tropa Deutsch Afrika comandada pelo alemão Erwin Rommel.

É verdade que a Relic foi completamente ousada ao criar uma campanha protagonizada pelo exército nazista. Mas segundo a desenvolvedora, a ideia era retratar o conflito pouco conhecido, além de mostrar um pouco dos motivos pelos quais Rommel era exaltado — sem deixar de reconhecer sua brutalidade.

Company of Heroes 3

Imagem: divulgação/Relic Entertainment

Vale destacar que, independentemente da campanha escolhida, as histórias giram em torno de personagens (reais ou fictícios). Por mais que humanização e guerra em uma mesma frase não combinem, essa ambientação conecta o usuário ao enredo e facilita o entendimento dos acontecimentos históricos.

De quebra, traz ainda mais imersão durante a gameplay em Company of Heroes 3.

Novos recursos enfatizam ainda mais o quesito estratégia

Falar que planejamentos estratégicos serão essenciais em Company of Heroes 3 — possivelmente um dos melhores jogos de RTS do ano — pode parecer algo óbvio. E talvez até seja. Mas a ênfase faz-se necessária, uma vez que otimizações e novos recursos foram incorporados.

Em termos de batalha, os conceitos são bem semelhantes aos jogos anteriores. No caso, será preciso gerir os recursos com sabedoria, construir bases, tomar pontos de controle inimigos e comandar estrategicamente suas tropas rumo ao ataque (ou defesa).

E aí, vai da estratégia de cada jogador: organizar flancos para surpreender os inimigos, orquestrar armadilhas para que os oponentes sofram com minas e bombas ou partir para o all-in com a ajuda de tropas aéreas — embora esta última estratégia não seja nada recomendada.

Company of Heroes 3

Imagem: Igor Shimabukuro/blog KaBuM!

Naturalmente, diferentes tipos de tropas também estarão presentes in-game e uma boa sugestão é explorar os pontos fortes do comando em questão.

Mas apesar de apresentar conceitos já conhecidos, Company of Heroes 3 também traz novidades. Além do título trazer novas missões e side quests, as estratégias foram aperfeiçoadas e agora há novas mecânicas de personalização para reforço bélico durante o combate.

Outra grande boa nova é a Pausa Tática. Com ela, o player ganha um tempo precioso para analisar melhor a situação das batalhas e planejar qual é o melhor próximo passo possível. E no retorno, todas as ações retomam do momento exato em que foram interrompidas.

A principal novidade, no entanto, trata-se de uma nova campanha dinâmica. Durante a campanha italiana, o player vai se deparar com uma modalidade sandbox, por turnos, em que as decisões serão de suma importância. E como o próprio nome sugere, o modo traz mais dinâmica à jornada e sai da mesmice de guerra atrás de guerra.

Company of Heroes 3

Imagem: Igor Shimabukuro/blog KaBuM!

E o melhor de tudo é que o game dá liberdade para o player jogar na sequência que quiser. Cronologicamente falando, a campanha do Norte da África antecede aos acontecimentos da Itália. Mas nada impede que o jogador escolha sua própria sequência.

Guerrilhe também contra players e bots IA

“Ah, mas só duas campanhas não parecem ser suficientes”, podem estar pensando alguns. Mas é aí que entram os modos adicionais para travar batalhas contra players ou contra bots de inteligência artificial, o que certamente prolongará a “vida útil” de Company of Heroes 3.

O modo multiplayer, por exemplo, coloca jogadores frente a frente em 14 mapas (somente até agora). E como o esperado, será preciso abusar dos pontos fortes de cada facção (Deutsches Afrika Korps, Forças Americanas, Forças Britânicas e Wehrmacht), gerenciar bem os recursos e ser rápido nos dedos planejar bem os ataques para abater o oponente.

Company of Heroes 3

Imagem: Igor Shimabukuro/blog KaBuM!

Já para jogadores novatos ou casuais, há também o modo Co-op multiplayer em que é possível juntar-se a um(a) amigo(a) para enfrentar bots de IA em modos 2v2 ou 4v4. Caso esteja com vergonha de possíveis gameplays criminosas, é possível criar uma partida personalizada: só você e o bot IA.

O modo campanha é bastante focado na narrativa do game. Mas as modalidades multiplayer complementam a experiência, tornando as gameplays de Company of Heroes 3 muito menos tediosas. Afinal, nenhuma batalha poderá ser idêntica a outra, e novas estratégias poderão ser testadas ou colocadas em prática.

Mas afinal, Company of Heroes 3 vale ou não vale a pena?

Caso não tenha ficado claro até agora, Company of Heroes 3 é um jogo que definitivamente vale a pena. Com as raízes de sempre combinada a novos recursos, otimizações e enredos inéditos, o game tem tudo para ser coroado como um dos melhores títulos de RTS do ano (ou talvez dos últimos anos?).

Por mais que em questões gráficas o título não tenha avançado tanto de 2013 para cá, consegue explorar eventos históricos pouco conhecidos e trazer mais dinâmica à experiência ao quebrar o padrão de batalhas seguidas de batalhas.

Além disso, a interface foi repaginada e pode ser facilmente dominada por um novato da franquia. A mesma lógica segue com as gameplays, mas é bom ter uma coisa em mente: enfrentar bots de IA é muito mais fácil que confrontar jogadores experientes. Portanto, tenha em mente que treinos (e derrotas) serão consequência.

Em termos gerais, Company of Heroes 3 certamente renderá muita diversão e estratégia para jogadores de PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S.

*O game foi analisado por meio de uma cópia via Steam fornecida pela SEGA.

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