[Review] Hogwarts Legacy apresenta um mundo aberto divertido e com muito conteúdo

Hogwarts Legacy chegou depois de muita expectativa. Neste RPG de mundo aberto, os jogadores vivem como um aluno da escola e, portanto, devem participar de aulas, aprender magias e fazer poções enquanto exploram um mundo vasto e cheio de segredos para descobrir.

O blog KaBuM! jogou o game e conta, em detalhes, se a experiência vale a pena. Mas, já adianto, que a jogatina, apesar de alguns problemas, é interessante, embora seja meio repetitiva.

História

Imagem: blog KaBuM!

A proposta de Hogwarts Legacy é colocar o jogador no papel de um aluno comum dos anos 1800. No entanto, isso logo é modificado, já que o protagonista é portador de um dom bastante único: ele consegue manipular magia ancestral. Isso fica evidente nos primeiros minutos de jogatina.

Portanto, a missão principal é descobrir como ele consegue sentir e até controlar essa magia, que há muito foi esquecida pela sociedade bruxa. Nesse meio tempo, uma revolução de goblins está acontecendo no mundo mágico, o que pode tornar as coisas muito difíceis para o protagonista, que deve lidar com uma ameaça crescente.

Imagem: divulgação/
Warner Bros. Games

Aqui, posso dizer que não há nada de novo ou inédito na saga. Embora os personagens sejam diferentes, a narrativa segue um mesmo padrão. Mesmo assim, não deixa de ser uma abordagem diferente do que foi visto em outros games da saga – mas está longe de ser o ponto forte do jogo.

Criação de personagens

Imagem: Reprodução

Como citei na prévia que fiz de Hogwarts Legacy, as opções para personalização do nosso personagem não são tão variadas e se concentram, principalmente, nas cores de cabelo, olhos e sobrancelha. As outras características, que são pré-definidas, não contam com muitas variações.

Mesmo assim, é possível criar personagens distintos – na medida do possível. No entanto, aqui começam as problemáticas. Como já falei sobre, há as opções binárias e uma falsa sensação de que é possível criar personagens trans, pois podemos escolher algumas características que diferem personagens masculinos e femininos.

No entanto, a questão da transexualidade vai muito além disso. Ao que parece, essa foi uma maneira de tentar acalmar as polêmicas relacionadas às falas polêmicas de JK Rowling, criadora do universo Harry Potter.

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A sensação que fica é que essa questão foi criada às pressas e, portanto, feita de qualquer maneira para estar presente no jogo, independente do resultado.

Começo lento, mas interessante

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Após sua chegada à Hogwarts e a cerimônia para escolher a Casa do personagem, os jogadores iniciam seu primeiro dia, que funciona como um grande tutorial. Por isso, não espere grandes doses de ação, já que o título vai focar em apresentar as mecânicas do mundo aberto.

Então, somos apresentados às aulas, aos feitiços que acompanharão o jogador por boa parte do game, a alguns personagens importantes e ao mapa da escola. Não é nada muito complexo, embora seja tudo muito intuitivo.

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Para algumas pessoas, esse começo pode ser chato, mas adianto que as coisas melhoram e o ritmo aumenta conforme a história se desenvolve. Por isso, aproveite esses momentos mais lentos para explorar um pouco do castelo e entender mais do que ele oferece.

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São enigmas, salas secretas, baús, páginas flutuantes e outras coisas para coletar enquanto anda pelos corredores – que, inclusive, dão uma certa nostalgia para quem conhece a saga.

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Além disso, a recomendação que fica é sempre ficar atento aos cenários e usar o feitiço Revelio para mostrar o que há de interessante no local. Isso faz com que coletáveis e até objetivos de missões sejam destacados para que o jogador não se perca.

Exploração do mundo

Imagem: blog KaBuM!

Mas é quando as portas de Hogwarts se abrem e o tutorial termina que o jogo mostra a que veio. Isso porque o mundo é grande e cheio de coisas para explorar. São missões secundárias – que falaremos mais abaixo -, lojas para comprar itens, personagens para conversas, inimigos para combater e animais para encontrar.

Separe umas boas horas para procurar por todos os segredos – que, felizmente, ficam marcados no mapa – e aumentar as estatísticas do personagem. Essa é uma questão bastante importante, já que é por meio da exploração que você ganha pontos para melhorar as habilidades do personagem.

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Por exemplo, o feitiço Incendio é relativamente fraco no começo – e pode ser melhorado com o tempo. Com a evolução do personagem, é possível destravar os Talentos, que melhoram aspectos específicos, como magias, a furtividade e até a Sala Precisa. Portanto, invista nisso e procure explorar o máximo possível para maximizar seus atributos.

Será bastante comum enfrentar um dilema durante todo o game: explorar o mundo ou seguir com a história. Para responder a esta pergunta, basta pensar na progressão do personagem.

Quanto mais coisa for feita, mais nível será atribuído ao herói e, com isso, suas habilidades farão um estrago maior durante as lutas – seja no Clube de Duelos clandestino ou contra inimigos reais.

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A exploração também é importante para se conseguir itens para confecção de poções. É por meio desse recurso que a cura é feita, por exemplo. Além disso, esses itens podem oferecer efeitos específicos quando consumidos, como invisibilidade momentânea, mais força na conjuração de feitiços e outras melhorias.

Outro detalhe vai para quem curte fazer 100% dos jogos. Há um guia que vai marcando tudo que for descoberto. Assim, é possível ter um controle de quantos inimigos ainda devem ser encontrados, quantas tarefas devem ser feitas e quais atributos melhorados para completar todos os aspectos de Hogwarts Legacy.

Imagem: blog KaBuM!

Vale citar também que a exploração ganha outro nível quando o jogador destrava os pontos da Rede de Flu para se locomover rapidamente pelos lugares. Com eles, é possível realizar a famosa viagem rápida para pontos específicos e economizar tempo.

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Além disso, a partir do momento em que o jogador conquista uma vassoura para usar fora das aulas de voo, a coisa muda completamente e percorrer grandes distâncias fica bem mais fácil – e menos traumatizante, principalmente quando me deparei com vários tipos de aranha ao acaso dentro da Floresta Proibida. O detalhe aqui é que tenho Aracnofobia. Portanto, esteja avisado.

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Missões secundárias

Imagem: blog KaBuM!

Chegamos ao ponto de destaque de Hogwarts Legacy: as missões secundárias. A quantidade disponível é absurda. Elas, apesar de interessantes, começam a ficar bastante repetitivas depois de um tempo, embora tenham uma característica que ajuda a moldar o caminho do personagem principal.

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Isso porque, durante as missões, dependendo das respostas, o personagem podem pender para o lado das trevas. Digo isso, pois é possível, por exemplo, entregar de bom grado um item recuperado ou cobrar uma recompensa do outro para devolvê-lo. Essa questão molda o caráter do herói e pode trazer mudanças sutis na gameplay.

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Além disso, dependendo da Casa designada, o número e o conteúdo de algumas missões podem ser alterados. Eu, por exemplo, joguei com duas Casas diferentes e percebi diferenças sutis entre ambas as campanhas. A história é a mesma, mas o conteúdo das missões secundárias é mudado.

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O legal dessas missões é que algumas delas acontecem no local designado, mas em horários diferentes. É possível chegar lá a qualquer hora e escolher esperar pelo NPC que vai designá-la. Com isso, o jogador é jogado algumas horas a frente de onde estava.

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Combate

Imagem: blog KaBuM!

O combate não apresenta muito mais do que se esperava. No entanto, a questão é saber combar os feitiços para causar mais dano nos inimigos. Além disso, alguns deles possuem escudos com cores específicas, que necessitam de encantamentos específicos com a mesma cor mostrada para serem quebrados.

Por conta disso, as possibilidades são infinitas, já que, durante os combates, os jogadores podem ter até quatro feitiços equipados, além do padrão para ataques. Essa abordagem faz com que seja necessário pensar muito bem antes de entrar em uma batalha.

No entanto, nem tudo funciona muito bem aqui. A mira é problemática e, por mais que fique travada em um inimigo específico por vez, ela às vezes some do nada e não muda de alvo quando solicitado, o que atrapalha nos momentos em que o jogador está enfrentando muitos inimigos de uma vez.

Conclusão

Imagem: blog KaBuM!

Hogwarts Legacy é uma experiência divertida e empolgante no famoso universo. Apesar de não contar com nada que já não tenha sido visto em jogos do gênero, o mundo aberto conta com várias atividades e itens para coletar.

Imagem: blog KaBuM!

O game tem tudo para agradar os fãs da saga, já que é uma proposta inédita até então – os jogos anteriores eram muito limitados.

O jogo já está disponível para quem comprou a Deluxe Edition no PC, PlayStation 5 e Xbox Series S/X. Na próxima sexta-feira (10), o título chega para quem adquiriu outras versões nos consoles citados.

A análise foi feita com base em uma cópia enviada pela Warner para PlayStation 5.

Importante

O blog KaBuM! quer deixar claro que repudia completamente os posicionamentos emitidos por J.K. Rowling, autora das obras que inspiraram Hogwarts Legacy. Ela tem se envolvido em diversas polêmicas ao publicar falas problemáticas com o intuito de inviabilizar os direitos de pessoas trans e não binárias.

Vamos falar um pouco mais disso em um especial que será lançado pelo blog KaBuM! em breve. A ideia dessas primeiras impressões é analisar o jogo como um produto – mídia interativa voltada para videogames -, mas sem ignorar a criadora da obra original e tudo que ela representa.

O blog KaBuM! acredita que não é possível separar uma obra de seu criador, uma vez que os valores deste último são impostos sobre sua arte, seja de maneira consciente ou não. A melhor solução diante dessas questões, portanto, é expor o problema para que todos tenham consciência do que acontece.

Dito isto, o texto serve ao propósito de criticar o jogo e tudo que o envolve. Com base em seus princípios, é você que vai decidir se vale a pena ou não jogar Hogwarts Legacy.