Alguém esqueceu de desligar um modem, e a Bolsa de NY ficou em polvorosa por isso

Na última terça-feira (24), a Bolsa de NY (NYSE) se comportou de forma extremamente errática, causando erros de leitura nas ações de várias empresas gigantes – 3M, AT&T…você pode escolher – e investidores começaram a agir como se estivessem perdendo muito dinheiro. A situação foi prontamente resolvida, e o culpado foi identificado.

Um sistema de roteamento de backup. Não por ele estar ligado, mas porque alguém esqueceu de desligá-lo.

Imagem: TheVisualsYouNeed/Shutterstock

Contextualizando: desde 11 de setembro de 2001 – o fatídico dia dos ataques terroristas ao World Trade Center, caso você tenha menos de 20 anos – a Bolsa de NY é, por lei, obrigada a manter uma estrutura espelhada de sua sede em Nova York, como backup. Tal estrutura fica em Chicago.

O problema: por uma questão de configuração sistêmica, as duas instâncias não podem rodar ao mesmo tempo. Então, todo dia, após o fechamento do pregão na estrutura principal, a parte de backup é acionada para as devidas atualizações e eventuais manutenções tecnológicas necessárias. Pouco antes do início do pregão, no dia seguinte, o backup é desligado e a estrutura principal retoma prioridade.

Só que dessa vez, alguém “saiu e esqueceu de apagar a luz”, por assim dizer. E o resultado disso, segundo a Reuters, foi o de que “[a Bolsa de NY] começou a negociar 2.824 ações de segurança sem a abertura de um leilão inicial, levando a preços errôneos, com 4.341 papéis em 251 projetos ‘quebrados’ ou anulados”.

Felizmente para os investidores, a situação foi resolvida rapidamente, e os números mencionados acima foram “o melhor do pior cenário”, como diz a expressão. Segundo o Financial Times, se perdurasse, a situação poderia gerar reações catastróficas: pela medida de backup ser uma implementação legal, é bem provável que 1) o número de ações afetadas – ainda que canceladas – seja bem maior; e 2) a Bolsa de NY poderá ser multada pela falha humana.