Se você gosta de apps como o TweetDeck ou HootSuite, temos uma péssima notícia: o Twitter sorrateiramente atualizou suas regras para desenvolvedores terceirizados, efetivamente proibindo a criação de interfaces de programação de acesso (APIs) para entrar em perfis da rede social por meios externos.

Na prática, a medida “mata” aplicações como o já citado TweetDeck, além do Twitterrific e outras similares. Vale lembrar: o Twitterrific já existia antes mesmo do próprio Twitter lançar seu app oficial no Android e iOS.

Imagem mostra captura de tela do Twitterrific, que morreu com a descontinuidade de APIs terceirizadas do Twitter

Aplicações como o Twitterrific deixarão de englobar o Twitter dentro de seus gerenciamentos de redes sociais – isso, se continuarem funcionando (Imagem: Twitterrific/Divulgação)

A situação vem como uma confirmação de algo que começou na semana passada: segundo relatos de alguns desenvolvedores, algumas APIs externas deixaram de funcionar com a empresa. Eventualmente, o time de suporte da rede social disse que estava “reforçando regras de longa data”, o que poderia fazer com que alguns apps não funcionassem. A empresa não especificou quais seriam essas regras.

Tudo isso culminou na alteração de ontem (19): na seção de restrições do contrato de cinco mil palavras, a única adição recente é a que proíbe o “uso ou acesso de materiais licenciados para criar ou tentar criar um serviço substituto ou similar às aplicações do Twitter.”

Ou seja: adeus APIs externas.

O uso desses mecanismos encontra justificativa em várias vertentes: o internauta os instalava como uma via de escapar de anúncios publicitários, enquanto profissionais conseguiam concentrar neles o login de vários perfis empresariais simultâneos – uma startup poderia, pela mesma API, gerenciar suas contas no Twitter e no Instagram, por exemplo. Fora que algumas aplicações específicas contavam com métodos de medição de audiência bastante específicos, o que ajudava empresas com campanhas nas redes.

Não mais: com a mudança os apps até continuarão em uso para as outras redes sociais (até onde sabemos, a Meta – dona do Facebook e Instagram – e o LinkedIn não impedem o emprego de APIs externos), menos o Twitter.

De acordo com Matteo Villa, desenvolvedor que liderou a criação da API Phoenix, a situação não era exatamente inesperada, considerando o foco que a gestão de Elon Musk vem dando à exibição de anúncios, “mas a falta de uma comunicação prévia é meio ofensiva.” O Phoenix já foi desligado da Play Store (Android), mas Villa ressaltou ao Engadget que, por enquanto, a versão para iOS continua funcionando normalmente.

Já Sean Heber, do Twitterrific, foi incisivo ao comunicar a morte da aplicação:

“Sentimos muito em confirmar a morte súbita e indigna do nosso app devido a uma mudança de política não anunciada e não documentada, vinda de um Twitter cada vez mais caprichoso – um Twitter que não mais reconhecemos como confiável nem tampouco queremos trabalhar nem por um minuto a mais.”

O Twitter não comentou as declarações dos desenvolvedores.

via Engadget | Twitterrific

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