O Google desenvolveu um serviço de alertas contra inundações em parceria com o Serviço Geológico do Brasil (SGB), que usa imagens de satélite e indicadores meteorológicos para medir volume e nível de água em regiões ribeirinhas e litorâneas, a fim de antecipar a ocorrência de enchentes nessas áreas.

Segundo a Agência Brasil, que citou um relatório feito pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil é o país com maior risco de exposição a enchentes, apontando uma série de eventos como possíveis causas: chuvas fortes demais, ressacas do mar e períodos sazonais naturais.

Imagem mostra a cheia do Rio Negro, no Amazonas

Imagem: Dal Marcondes/Agência Envolverde/Reprodução

A ideia é que o serviço do Google entregue os dados via Google Maps, permitindo que as autoridades antecipem ações de emergência em caso de inundações e enchentes, embora as partes envolvidas reconheçam que o sistema não trabalhe em todos esses fatores.

De acordo com as informações divulgadas, a nova plataforma não contempla as chamadas “cheias rápidas”, termo usado em referência às inundações súbitas. Em outras palavras: se você mora em um grande centro urbano e na sua área passa um córrego propenso à transbordar depois de uma chuva particularmente extrema, ou se uma cidade posicionada à cabeceira de um rio de repente se ver, digamos, “excessivamente irrigada”, não conte com esse serviço.

Por outro lado, quando você sabe que, em determinada época do ano, chove mais em uma certa região e isso faz com que os rios e lagos possam encher e transbordar, o Google permitirá que as autoridades meçam o volume alterado de água em um grande espaço de tempo, antecipando assim riscos em potencial quando a referida época chegar.

“Temos observado, globalmente, um aumento da frequência dos desastres e dos eventos críticos em função das mudanças climáticas e, como parte dos esforços nesse campo, desenvolvido produtos que levam informação confiável a pessoas em momentos críticos para mantê-las seguras antes, durante e depois que esses eventos acontecem.” – Luisa Phebo, líder de Parcerias de Impacto Social do Google.

O Google conta com diversos serviços de alertas climáticos em vários países, de forma adaptada à realidade de cada um: notificações de terremotos e furacões são comuns nos EUA, por exemplo. No que tange a rios, mares, inundações e enchentes, países asiáticos como Índia e Bangladesh já contam com algo similar, ao passo que o anúncio do Google, além do Brasil, também deve contemplar futuramente a Colômbia e nações africanas, como o Chade e a Nigéria, para citar algumas.

“A vantagem dessa parceria é aumentar a divulgação das informações geradas e aproveitar a capacidade do Google de programação, para expandir futuramente essas previsões a outros locais no Brasil.” – Alice Castilho, diretora de Hidrologia do SGB.

A novidade já está em fase de implementação e deve começar a aparecer no Google Maps nas próximas semanas.

via Agência Brasil

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