A Black Friday 2022 é nesta sexta-feira, dia 25 de novembro e, neste ano, temos uma vantagem de compra ainda mais interessante que nas edições anteriores da data: o PIX, originalmente criado em 2018, foi amplamente adotado por boa parte do comércio eletrônico brasileiro, assegurando uma transferência de pagamentos mais segura e, melhor ainda, imediata.

Ainda assim, a data mais ocupada do comércio nacional junto do Natal e do Ano Novo promete ser uma das mais intensas, haja vista que esta é a primeira edição que de fato retoma os ritmos anteriores à pandemia da COVID-19. Por isso, este ano promete e, com essa expectativa, o medo de cair em roubadas – figurativamente e literalmente – cresce. Confira abaixo as melhores dicas para você não se dar mal em suas compras da Black Friday 2022.

Black Friday 2022: veja dicas para não cair em golpes na era do PIX

Foto: Pickawood/Unsplash

Pesquise como se a Black Friday 2022 começasse hoje!

Hábitos mais antigos às vezes fazem o valor mais agregado: sabe as famosas listas de supermercado, onde você pesquisa preços e caça ofertas para os itens que você precisa em casa? Bom, a Black Friday 2022 será praticamente isso – só que muitas vezes maior.

Segundo informações do E-commerce Brasil, a última sexta-feira do mês de novembro deve vir embalada por uma alta do comércio eletrônico nacional. De acordo com a página, nos primeiros cinco meses deste ano, o faturamento do setor foi 785% maior do que o início da pandemia, em 2020, e o segundo trimestre em especial viu crescimento de 4,3% no volume de pedidos eletrônicos – um patamar um pouco melhor que em 2019, antes da COVID-19 chegar.

Por essa razão, é importante já marcar os preços dos itens mais desejados desde já: infelizmente, apesar de todas as dicas e pedidos de atenção, tem muito lojista por aí que pratica o famoso “tudo pela metade do dobro” – ou seja, joga o preço lá em cima para, na Black Friday 2022, dar um “desconto” que o coloca de volta ao preço original.

Nessas horas, vale a cautela de sempre: olho vivo nas lojas online para monitorar os preços do que você quer comprar e, na referida data, ver o que essas mesmas lojas apresentam. A velocidade é imperativa em qualquer Black Friday, mas de nada adianta se você for um consumidor rápido e desatento.

Ilustração mostra uma bolsa com o preço dobrado para que o "desconto" da Black Friday 2022 não seja um desconto real

Imagem: Mães Brasileiras/Reprodução

Verifique reputações em várias fontes

Sabemos que todos temos uma loja que é “do coração”, onde nós sempre compramos nossos produtos e nunca tivemos nenhum problema. Mas adivinhe só: nossa experiência pertence somente a nós, e outras pessoas podem não ter apresentado a mesma sorte. Por isso, é importante procurar referências de segurança não apenas nas páginas dos e-commerces, mas fora deles também.

A primeira dica é garantir que suas compras venham de sites com selos de qualidade de várias fontes: a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, agregadores de preço como o Buscapé, o Google, o ReclameAQUI e o eBit são ótimos exemplos de canais de pesquisa que validam a idoneidade de uma empresa de comércio eletrônico. Esses selos geralmente são indício de que as transações operadas pelos sites são seguras e processadas por empresas de confiança.

Em outras palavras: você tem a quem recorrer em caso de alguma dificuldade. Então procure, dentro das lojas onde você pensa em fazer uma compra, pela exibição desses selos – normalmente, eles ficam no rodapé da página.

Falando nele, o ReclameAQUI, junto do Portal do Consumidor, é uma ótima ferramenta para aferir não apenas a segurança eletrônica de um site, mas como é o seu atendimento. Reclamações abertas nestas duas páginas servem para você ver a velocidade e o grau de satisfação das respostas oferecidas por essas empresas, justamente quando um atendimento dá errado. Essencialmente, essas duas ferramentas funcionam como a antiga “propaganda boca a boca”, só que virtualizada, haja vista que os reclamantes são gente como a gente.

Finalmente, o PROCON-SP tem uma lista de aproximadamente 500 sites que devem ser evitados por terem sido flagrados praticando ou golpes, ou transações minimamente questionáveis no passado (ver “tudo pela metade do dobro”, mais acima). Essas, você já pode cortar da sua listinha de opções.

Montagem coloca lado a lado vários selos de qualidade e certificação de idoneidade para comércio eletrônico

Imagem: ReclameAQUI/Google/SSL/Reprodução

Golpistas não param nos e-mails: olho também as redes sociais!

Coisa de um ou dois anos atrás, nós facilmente diríamos para você não confiar plenamente em ofertas enviadas por e-mail, mesmo que sejam newsletters da própria loja que você conheça. Hoje, podemos estender essa mesma cautela para as redes sociais.

Os últimos dois anos viram um enorme volume de lojas online aparecerem no Instagram, por exemplo – que oferece uma função de exibição de lojas virtuais – mas que, idôneas ou não, ainda têm muito a aprender sobre comunicação básica: não raro, até a nossa equipe sofre quando encontra um item bem atraente, mas a loja nos faz pensar duas vezes a ponto de enviarmos mensagens para saber informações básicas – como o endereço delas. E infelizmente, algumas se recusam a passar até mesmo esse tipo de dado. Pule fora dessa imediatamente.

Banners de propagandas também podem trazer ofertas incrivelmente atraentes que, na melhor das hipóteses problemáticas, conta com um produto defeituoso ou uma entrega demorada. Dificuldades assim geralmente são retratadas em testemunhos, então se a loja evita mostrar depoimentos de forma livre (ou tenta coibir suas postagens nos sites mencionados acima), então você tem um bom motivo para se preocupar.

E, no pior cenário, os golpistas vão tentar arrancar informações de você a todo custo, seja entrando em contato diretamente para que você seja enganado a passar dados, seja por páginas falsas de formulário. Aqui, vale o de sempre: não passe nada, nenhuma informação, por menor que pareça, a ninguém. E certifique-se de que formulários online tenham certificados digitais que atestem pela sua segurança – endereços de páginas que comecem com “HTTPS”, por exemplo, são um ótimo lugar para começar, tendo em vista que esta sigla representa um protocolo de proteção digital onde ninguém está observando a sua navegação sem você saber.

Outro ponto: o medo de oferecer o número do cartão de crédito faz com que muitas pessoas deem preferência ao pagamento via boleto. O problema: golpistas facilmente fraudam esse tipo de documento, iludindo o consumidor a seguir com uma compra de um produto que, provavelmente, ele não receberá.

E sempre conte com amigos e familiares: se apesar de todos esses cuidados, a página que aparenta ter uma boa fama ainda lhe deixar com dúvidas, procure testemunhos de pessoas próximas a você ou próximas a eles. Alguém certamente vai conhecer a marca a que você se refere e poderá lhe dar maior solidez – tanto para comprar, como para correr dela.

Exemplo de um perfil se passando por loja eletrônica da Nike no Instagram

Exemplo de um perfil se passando por loja eletrônica da Nike no Instagram (Imagem: R7/Reprodução)

Cuidados com o PIX

Chegando no ponto mais evidente de 2022, o PIX – método de transação eletrônica imediata concebido pelo Banco Central (BACEN) há quatro anos – tomou a frente das transferências bancárias por ser, bem, creditado na hora, contar com práticas atualizadas de segurança e não trazer nenhum tipo de taxa ao consumidor.

E ainda assim, neste ano, as fraudes envolvendo o PIX cresceram quase 3.000% – não, isso não é erro de digitação: três mil por cento – de acordo com o BACEN. Entre janeiro e junho de 2022, foram quase 800 mil reclamações de infração envolvendo o meio de pagamento.

Considerando que o primeiro trimestre de 2022 viu o volume de 60 milhões de transferências por dia, valem algumas dicas para você se cobrir:

  • Cuidado com páginas falsas: não é difícil você cair em uma página que parece a interface de um banco para geração de chaves do PIX, mas que na verdade, foi produzida por um hacker metido a espertinho. Prefira sempre cadastrar suas chaves pela interface de aplicativos oficiais ou pelo site oficial do seu banco na internet. Geralmente, eles criam menus específicas para essa finalidade dentro do acesso à sua conta – e isso é algo cuja segurança é bem difícil de quebrar
  • Prefira chaves aleatórias às outras: é tentador usar o seu CPF, celular ou e-mail como a chave de transferência do PIX, tendo em vista que são números que provavelmente temos decorados na cabeça. Isso é um erro grave: pense que a chave do PIX é algo que você divulga por aí, e não seria nada legal você ter um número de documento rodando pelos cantos da cidade, certo? A chave aleatória é uma sequência gerada de forma randômica pelo próprio aplicativo, praticamente impossível de decorar (se você decorou, como é a vida sendo um gênio?) ou de fraudar – e ela só vai existir para o PIX, nada mais.
  • Muito cuidado com QR Codes: sim, eles também são uma conveniência bem agradável, permitindo que você os escaneie pelo celular e já processe o pagamento. Mas você tem noção de como é fácil criar um código desses, por literalmente qualquer pessoa? A sua própria chave PIX pode ser um, aliás. Então, sempre que se deparar com promoções especiais com um QR Code específico, duvide. Entre em contato com a loja – online, esses códigos só aparecem no final da compra e, nas lojas físicas, você consegue questionar a própria equipe do estabelecimento sobre a veracidade do código.
  • Evite pagamentos pelo WhatsApp: mais uma conveniência que, infelizmente, mais assusta do que ajuda – ao menos por enquanto. Pagar pelo WhatsApp é algo prático, considerando que usamos o app de mensagens praticamente a toda hora. Golpes de WhatsApp geralmente são seguidos de roubos financeiros: a clonagem de contas ou mesmo o roubo de propriedade dela são comuns e, lamentavelmente, bem danosos. Um ladrão de contas pode se passar por um ente querido seu e convencê-lo a fazer alguma transferência que você nunca mais vai ver. O mesmo vale para perfis falsos de lojas. Diante de qualquer suspeita, ligue no SAC da marca e confirme. Aliás, falando no SAC…
  • Não confie em SACs que ligam para você: sim, é um golpe antigo, mas não o avisaríamos dele se ainda não existisse um alto volume de vítimas. Muita gente consegue fazer ligações para você se passando pela central de atendimento de uma loja ou, pior, do banco, querendo “confirmar informações”. Nessas horas, vale a máxima: bancos não ligam, não mandam mensagens nem tampouco e-mails para seus clientes em busca de confirmação de dados. E lojas online só entram em contato para lhe oferecer uma cópia da nota fiscal de uma compra que você já fez. Qualquer coisa diferente é motivo para você correr.
Ilustração do Pix aberto em smartphone

Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Caí em um golpe, acabou minha Black Friday 2022!

Infelizmente, mesmo com todas as dicas acima, você ainda está sob risco. E querendo ou não, há a possibilidade de que alguém consiga transpor todos esses cuidados e convencer você a fazer algo indevido.

Nessas horas, faça, antes de tudo, um boletim de ocorrência – você pode fazer isso online no site da polícia militar de sua região. Depois, entre em contato com o banco que emitiu a sua chave e fez a transferência para duas coisas: a primeira é comunicá-los de que seu nome vem sendo usado em golpes, e a segunda é pedir orientações de uso sobre o Mecanismo Especial de Devolução, previsto nas regras do PIX estipuladas na página do BACEN. E se você entender que o erro foi do próprio banco, acione imediatamente a ouvidoria do BACEN, para que o órgão regulador pressione a instituição financeira a tomar providências.

A Black Friday 2022 será realizada em 25 de novembro deste ano, mas as promoções começam bem antes, então já comece a anotar todas.

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