Em uma postagem em seu blog oficial, a Mozilla anunciou uma expansão (paga) do serviço Firefox Relay, agora fornecendo um número falso de celular para seus usuários, para que estes forneçam em cadastros onde a informação desse dado é obrigatória.

A ideia é coibir a proliferação de spam por mensagens de texto ou ligações comerciais vindos de empresas ou de parceiros dessas empresas. A novidade, no entanto, só está disponível nos EUA neste primeiro momento.

Imagem publicada no blog da Mozilla, mostra um cadeado e vários ponteiros de mouse, simbolizando privacidade digital

Imagem: Mozilla/Reprodução

O Firefox Relay é relativamente desconhecido, embora esteja disponível em sua forma original no Brasil: a versão gratuita oferecida pela Mozilla por aqui ajuda você a criar uma “máscara de e-mail”. Em essência, é a mesma funcionalidade do número de celular mencionado acima, só que para sua caixa virtual de correspondências.

O interessante é que o Mozilla Firefox Relay conta com diversos modos de controle, identificando a natureza de um e-mail como promocional/propaganda ou algo mais legítimo e direto. Não é o caso no Brasil (aqui, ou você bloqueia tudo, ou nada), mas assinantes do plano premium da oferta podem configurar o sistema para esse tipo de parametrização.

Já a parte do “celular falso” foi bem detalhada no blog da organização:

“Quando você passa seu número pessoal para alguém de fora do seu círculo familiar ou de amigos, essencialmente você está dando a eles uma via para lhe contactar a qualquer hora do dia. Isso pode resultar em chamadas robóticas no almoço ou jantar, sem falar nas mensagens de texto excessivas ao longo do dia. 

Pense assim: quantas vezes você deu o seu telefone a alguém sem levar muito isso em consideração? Veja esses programas de lealdade a uma empresa que promete grandes descontos e ofertas. Quando você assina esse serviço e aceita seus termos, também concorda em compartilhar sua informação pessoal – como o seu número de telefone – para essas empresas e também para seus parceiros terceirizados. Ter os seus dados compartilhados por várias empresas aumenta as chances de suas informações vazarem. Antes que você se dê conta, seu número estará nas mãos de uma lista de chamadas de spam.”

A premissa é bem real: um bom exemplo disso é o Facebook, que não vende os dados que coleta de sua conta para ninguém. Entretanto, empresas de publicidade digital pagam a plataforma social para exibir a você anúncios personalizados baseados nesses mesmos dados. Em 2019, segundo o Statista, a rede faturou quase US$ 70 bilhões (R$ 369 bilhões) somente nesta parte de sua receita, e foi justamente uma situação assim que levou ao escândalo Cambridge-Analytica de violação de privacidade.

Com telefones, é mais ou menos a mesma coisa: quando você assina algum contrato que lhe pede essa informação, é provável que, nas entrelinhas dos termos, exista alguma cláusula que permita à empresa compartilhar essa e outras informações com seus parceiros.

Diante disso, um número falso para “queimar” (daí o termo em inglês: “burner phone”) pode vir bem a calhar: as empresas enviam seu spam para esse número virtual, e você decide se quer recebê-lo ou não.

Infelizmente, como dissemos, nada disso está disponível no Brasil por enquanto: a Mozilla não entrou nesses detalhes ainda, mas a função para telefones celulares é exclusiva de um plano premium do Firefox Relay, e a plataforma não tem modelos de assinatura por aqui.

via Mozilla | Statista

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