O plano de aquisição da Activision Blizzard ganhou um novo obstáculo e dificultou ainda mais a conclusão do negócio para a Microsoft. Desta vez, a Federal Trade Commission (FTC) apresentou uma ação judicial na quinta-feira (8), em uma tentativa de bloquear a compra da gigante da tecnologia.

Embora nas últimas semanas tenha apostado repetidas vezes em acalmar agências reguladoras do outro lado do Atlântico e a concorrente Sony sobre as preocupações concorrenciais e o futuro de Call of Duty, o órgão estadunidense sustenta e faz eco às mesmas observações de outros reguladores, de que a aquisição “permitiria à Microsoft suprimir a concorrência de seus consoles de jogos Xbox e seu rápido crescimento do conteúdo de assinaturas e do negócio de jogos em nuvem”, lê-se no documento legal

Com o voto dos comissários da Federal Trade Commission, a Microsoft tem obstáculos significativos para concluir o acordo avaliado em US$ 68,7 bilhões. “A Microsoft já mostrou que pode e irá reter conteúdo de seus rivais de jogos”, disse Holly Vedova, diretora do Bureau of Competition da FTC, em uma declaração na quinta-feira (8). “Hoje procuramos impedir que a Microsoft ganhe controle sobre um importante estúdio de jogos independente e o utilize para prejudicar a concorrência em múltiplos mercados de jogos dinâmicos e de rápido crescimento”.

Microsoft é processada e agora enfrenta obstáculos significativos para concluir compra da Activision Blizzard

Foto: Matthew Manuel/Unsplash

Em uma thread na conta oficial do órgão federal, o anúncio da FTC sobre a ação foi acompanhado por vários argumentos que preocupam a agência reguladora. “A Agência observa que a Microsoft decidiu fazer de vários títulos de Bethesda como exclusivos, incluindo Starfield e Redfall Microsoft, apesar das garantias que deu às autoridades antitruste europeias de que não tinha nenhum incentivo para reter jogos de consoles rivais”, observou a FTC em postagem no Twitter.

Após processo, Microsoft diz estar confiante sobre fechamento do acordo

Por outro lado, Brad Smith, vice-presidente e presidente da Microsoft, declarou que a empresa está confiante sobre a conclusão do negócio. “Continuamos a acreditar que este acordo expandirá a concorrência e criará mais oportunidades para jogadores e desenvolvedores de jogos”, disse Smith ao The Verge. “Temos nos comprometido desde o primeiro dia a abordar as preocupações com a concorrência, inclusive oferecendo no início desta semana concessões propostas à FTC”. Embora acreditássemos em dar uma chance à paz, temos total confiança em nosso caso e acolhemos com satisfação a oportunidade de apresentar nosso caso no tribunal”.

Bobby Kotick, CEO da Activision Blizzard, também expressou segurança na conclusão da negociação que se arrasta já há 12 meses. Em uma carta aos funcionários da empresa, ele disse que quer “reforçar minha confiança” de que a aquisição será fechada. “A alegação de que este acordo é anticompetitivo não se alinha com os fatos, e acreditamos que venceremos este desafio”, disse ele.

Jeb Boatman, o SVP da Activision, escreveu um e-mail e o fez circular internamente sobre litígio, leis regulatórias e políticas públicas, descrevendo seu posicionamento sobre o acordo.

A Microsoft tem tentado várias estratégias para por fim a uma das maiores aquisições no mundo dos games, incluindo um acordo à Sony de 10 anos em novos jogos Call of Duty no mês passado, mas a concorrente não aceitou a oferta, ao contrário da Nintendo e Valve. O que significa que jogadores de CoD não verão o jogo rodar em consoles da marca.

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Imagem: FP Creative/Shutterstock.com

“A Sony emergiu como o mais alto opositor”, disse o presidente da Microsoft, Brad Smith, em um recente artigo de opinião para o Wall Street Journal. “Está tão entusiasmada com este acordo quanto Blockbuster estava com a ascensão da Netflix”.

As frustrações da Microsoft não se restringiram à rival, a Microsoft também descreveu as preocupações da Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA) do Reino Unido como “equivocadas” e acusou a regulador de adotar “as reclamações da Sony sem considerar os danos potenciais aos consumidores”.

A Microsoft também acusou a Sony de pagar aos desenvolvedores para manter seus respectivos conteúdos fora do serviço Xbox Game Pass; em defesa, a companhia japonesa argumentou que a aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft poderia “prejudicar os desenvolvedores e levar a aumentos de preços”.

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