A última segunda-feira (15) quase terminou em tragédia no espaço. Após um teste feito pela Rússia que explodiu seu próprio satélite, sete membros da tripulação a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) tiveram que buscar abrigo de emergência em uma espaçonave ancorada em virtude do campo de destroços.

O experimento ocorreu no fim de semana e os astronautas então se amontoaram dentro da nave SpaceX Crew Dragon e da espaçonave russa Soyuz depois de o míssil ter atingido o satélite russo, o que gerou mais de 1.500 de peças de lixo espacial potencialmente perigosas em órbita da Terra.

A empresa privada de rastreamento de detritos espaciais LeoLabs confirmou o evento, uma vez que seus dados de radar confirmaram diversos objetos próximos à localização do Cosmos 1408 — também conhecido como Kosmos-1408 —, um satélite espião russo extinto lançado em meados de 1892.

Órgãos americanos rechaçam teste russo anti-satélite

Naturalmente, o teste espacial foi condenado por entidades dos Estados Unidos. Segundo um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, a Federação Russa conduziu um teste destrutivo “de forma imprudente”, cujos destroços do satélite aumentam os riscos para astronautas da ISS, bem como para outras atividades espaciais.

Uma declaração similar foi divulgada pelo administrador da Nasa, Bill Nelson, que enquadrou o experimento como um ato “irresponsável” e “desestabilizador”.

“Com sua longa e célebre história em voos espaciais humanos, é impensável que a Rússia coloque em risco não apenas os astronautas americanos e internacionais parceiros da ISS, mas também seus próprios cosmonautas. Suas ações são imprudentes e perigosas, ameaçando também a estação espacial chinesa e os taikonautas [astronautas chineses] a bordo”, opinou.

O que diz a Rússia

Em comunicado à Agência Russa de Notícias Tass, a agência espacial russa Roscosmos limitou-se em dizer que “a órbita do objeto, o qual a tripulação teve que se deslocar para a espaçonave conforme procedimento de rotina, se afastou da órbita da ISS” e que “a estação está na zona verde”.

Apesar do informe, os astronautas, que retornaram à ISS, continuam a trabalhar com a Nasa para monitorar a nuvem de detritos e modificar seus arranjos de dormir por precaução, uma vez que os destroços em órbita ainda podem representar perigo no curto e longo prazo.

Vale lembrar que na semana passada, a mesma Estação Espacial Internacional teve de esquivar-se de um lixo espacial oriundo de um teste de 2007. O experimento em questão foi resultado de um teste de armas chinês, cujos detritos permaneceram em órbita baixa da Terra por anos.

Fonte: CNET

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