Você deve se lembrar, no ano passado, de quando a SpaceX de Elon Musk anunciou uma parceria com a T-Mobile para levar os serviços de conexão via satélite da Starlink para os celulares. O projeto entrou num limbo de silêncio desde então, mas a empresa admitiu recentemente que seus testes iniciais devem começar ainda este ano.

As palavras são da própria SpaceX, especificamente do vice-presidente de Vendas Corporativas da Starlink, Jonathan Hofeller, durante painel da empresa na Conferência e Exibição de Satélites, um grande evento do setor apresentado no Aeroporto Internacional de Antália, na Turquia.

De acordo com Hofeller, a SpaceX tem duas abordagens distintas: a primeira é implementar a tecnologia de suporte a conexões móveis via satélite nas torres da T-Mobile, uma das mais populares operadoras da Europa e EUA. A segunda parte é aprimorar a tecnologia de serviços de alta velocidade e baixa latência disponível em seus satélites.

A Starlink, apenas para contextualizar, é o serviço de conexão à internet via satélite oferecido pela SpaceX. O nome vem se tornando cada vez mais conhecido graças às suas ações em áreas de risco, alto isolamento ou conflito armado – como é o caso da Ucrânia em sua guerra contra a Rússia.

Disponível em vários países – incluindo o Brasil – a Starlink tem uma dificuldade, no entanto: hoje, ela só serve para notebooks e desktops, não atendendo celulares. De acordo com levantamento do Statista, 92% dos acessos à internet no mundo em 2022 vieram de dispositivos móveis – sendo 90% deles, smartphones. Obviamente, há uma demanda aí.

Ah, um lembrete: esse não é o mesmo formato de conexão via satélite disponível nos novos iPhones ou aquele oferecido pela Qualcomm, por exemplo. O sistema deles é diferente e mais restrito (embora a ideia seja a mesma).

Imagem mostra renderização de um satélite da Starlink em órbita

Imagem: SpaceX/Reprodução

A evolução mais recente indica que a empresa de Elon Musk está finalmente se preparando para atender a isso. Vale citar, porém, que Hofeller não nomeou a T-Mobile como a operadora parceira para essa finalidade. O timing a favorece, porém, já que ela própria, em outra ocasião recente, anunciou projetos de “expansão de cobertura”.

Hofeller não ofereceu muitos detalhes, limitando-se a dizer que a SpaceX vai “aprender fazendo” – em outras palavras, os testes devem envolver muita tentativa e erro até que a oferta seja refinada antes de ser disponibilizada em caráter comercial.

Em outras searas, ainda que mais ou menos ligadas ao assunto, a SpaceX lançou recentemente mais uma leva da segunda geração de satélites Starlink ao espaço, atingindo, ao mesmo tempo, dois recordes: a empresa lançou, até fevereiro de 2023, 3.580 satélites na baixa órbita da Terra (LEO), e o Falcon 9, o foguete usado para tais lançamentos, completou seu centésimo (100º) retorno à Terra após viagem, reforçando a confiabilidade no veículo de transporte.

Obviamente, não há nenhuma previsão para que isso vire um produto completo.

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