Quando foi lançado em 2010 para Xbox 360, “Alan Wake” chamou a atenção por trazer uma narrativa sombria e densa em meio a mecânicas de exploração e investigação. Por conta disso, o título logo se tornou um dos destaques do console da Microsoft.

Eis que, agora, mais de dez anos depois do lançamento original, a Remedy, responsável por games bastante conhecidos, como “Control” e “Quantum Break”, trouxe para os jogadores uma versão remasterizada do game, que revitaliza um título que já era bom, mas sem inovar em alguns aspectos – algo que acaba não sendo um necessariamente ruim.

Antes de mais nada, vale citar que a remasterização não mexeu em elementos fundamentais de história – algo que, de fato, não deveria ocorrer. As melhorias foram apenas no quesito gráfico – e o trabalho aqui é bem competente.

História

“Alan Wake” se passa na pacata cidade de Bright Falls. Local em que o escritor que dá nome ao título vai com sua esposa, Alice, para passar férias e aproveitar a paisagem calma e a tranquilidade do interior.

Alan Wake

Foto: Remedy

No entanto, em certo momento, Alice é sequestrada e Alan deve investigar o que aconteceu com sua esposa ao mesmo tempo em que enfrenta criaturas das sombras que vagam pela cidade e pela floresta do entorno durante a noite.

A premissa parece bem simples, e de fato é. No entanto, o jogo se destaca na construção dos personagens e em seu desenvolvimento. As pistas da história vão sendo encontradas à medida que o jogador avança, obrigando-o a vasculhar bem os locais em busca de pistas e documentos que podem elucidar alguns dos mistérios do game.

Digamos que a história vai sendo “montada” conforme se avança. Além disso, as reviravoltas do roteiro parecem saídas diretamente de um bom livro de mistério – aqui, um dos primeiros nomes que me vem à cabeça é o do mestre do terror Stephen King que, inclusive, é citado em alguns momentos.

Mecânicas

Para enfrentar as já citadas pessoas das sombras, o jogador tem à disposição algumas armas. No entanto, tudo aqui parece bem simples, não há nenhum sistema complexo de aprimoramento de equipamentos, ou que exija certo planejamento para avançar.

Por conta disso, o personagem conta com uma pistola, sinalizadores, espingardas e rifles de caça. Porém, sua maior aliada é a lanterna. Isso porque é com ela que os inimigos são “revelados” e ganham um corpo físico que pode ser ferido com as balas.

Alan Wake

Foto: Remedy

A única questão é que esses recursos são limitados. Essa é uma característica bastante comum dos games do gênero survival horror, e que foi implementada com maestria em “Alan Wake”.

A importância da luz

Como você já deve ter percebido, a luz é uma das características mais importantes do game. Seja durante a noite, enfrentando os inimigos, ou até mesmo durante o dia – período em que Alan vaga pela cidade em busca de pistas sobre o desaparecimento de Alice.

O dia também serve como um momento de “alívio” para as tensões das batalhas de noite. É um momento totalmente focado na descoberta de pistas e na leitura de documentos.

Já durante a noite, não há tempo a perder. Como já citei, os recursos são escassos, então há uma preocupação crescente por conta das pilhas que a lanterna usa. Durante minha jogatina, morri algumas vezes pois, enquanto enfrentava um grande número de inimigos, as pilhas de minha lanterna acabaram.

Alan Wake

Foto: Remedy

No entanto, para ajudar a amenizar a questão, é possível encontrar focos de luz espalhados pelo cenário. É aqui que sua importância é destacada. Esses spots podem mostrar refúgios para Alan fugir dos inimigos – ao mesmo tempo em que recuperam sua vida – ou pontos de interesse e locais para os quais o jogador deve se dirigir.

Ambientação

Alan Wake

Foto: Remedy

Como era de se esperar, os gráficos refinados trazer mais vida ao game. Quando foi lançado, “Alan Wake” já era um jogo bastante competente em questão gráfica. Agora, na versão remasterizada, há mais vida nos cenários e até nos personagens, que ganham expressões faciais mais marcantes.

Alan Wake Remastered

Foto: Remedy

Por conta dessas características, a imersão é muito maior e mostra um trabalho bastante cuidadoso do estúdio d3t, responsável pela remasterização. Apesar de ser visivelmente mais claro e com uma atmosfera menos densa que a versão original, o game ainda oferece uma boa dose de tensão em diversos momentos.

Conclusão

“Alan Wake Remastered” é um título competente, que mostra como manter uma atmosfera de tensão ao mesmo tempo em que melhora alguns aspectos gerais. Não há grandes mudanças de jogabilidade ou de ambientação, mas isso não altera a experiência dos jogadores – sejam eles fãs do original ou novos, que devem ter o primeiro contato com o game.

Mesmo com mais de dez anos de vida, o título ainda conta com uma narrativa amarrada e com aspectos interessantes que mostram como um game de terror pode ser mais que jump scares baratos. Altamente recomendado para quem deseja revisitar a história de Alan ou procura um game novo para ter medo de jogar no escuro.

“Alan Wake Remastered” está disponível para Xbox One, Xbox Series S/X, PlayStation 4, PlayStation 5 e PC.

O game foi analisado a partir de uma chave de PlayStation 5 cedida pela desenvolvedora.

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